Emplacando uma sequência de temas afro, a Leandro de Itaquera trará, no próximo Carnaval, o enredo “No ecoar dos tamborins, e no feitiço da Leandro – de Dahomé as terras de encantaria – O cortejo da rainha Jeje e os segredos de Xelegbtá”, que será desenvolvido pelo carnavalesco Amarildo de Mello.
O projeto vai contar a história do candomblé Jeje, que se originou na África e é conhecido pelo culto aos vudus. A escolha do tema, de acordo com Amarildo, foi baseada na grande aceitação de enredos correlatos pela comunidade da Leandro de Itaquera e, principalmente, pelo potencial rico da história: “Acho de grande importância, uma vez que as escolas de samba pouco abordaram esse tipo de ritual, que foi oficializado no Brasil a partir da chegada da rainha Agotime, quando ela funda no Maranhão a Casa das Minas, em meados do século XIX”.
Introduzindo a história, o desfile vai passar pelas origens do ritual no reino de Dahomé, do qual a rainha Agotime foi destronada. Ela vem ao Brasil escravizada, assim como outros semelhantes da África. Em São Luís do Maranhão, conclui a missão que recebeu de seus ancestrais: “Ela funda a Querebentã de Zomadônu, ou Casa das Minas, e passa ser chamada de Maria Mineira Naê, e volta a ser rainha”, explica o carnavalesco.
“Realizar um desfile alusivo ao Candomblé Jeje é falar de pura magia, feitiçaria e encantaria africana. É a representação da força dos elementos naturais e louvação aos ancestrais”, diz Amarildo de Mello sobre o projeto. Com as incertezas causadas pelo momento de pandemia do novo coronavírus, apesar de planejar e se adiantar, a esperança do carnavalesco vai além de conquistar o título de campeã para a Leandro: “Minha maior expectativa é a descoberta de curas, vacinas e controle dessa doença”, finaliza.
Com o enredo “Das savanas africanas às savanas de Itaquera… – Sou África! Berço do Mundo. Leões de uma força abençoada!”, a Leandro de Itaquera ficou com a 6ª colocação no grupo de Acesso, somando 269,3 pontos no Carnaval SP 2020.